Capítulo 2 - A Cidade

Em nossa viagem, passamos por paisagens belas, outras porém nem tanto. Montanhas de pedra com picos cobertos por neve, isolados de sua base por cortinas de nuvens espessas. Tempestades escuras, com trovões gritantes e ventos violentos. Após atravessar tudo isso, nós o avistamos.
— O que é aquilo?
— “Aquilo” é o Viajante — disse o Fantasma com uma voz risonha. Olhei pra ele esperando uma explicação complexa. — Certo. Vamos lá. Alguns especulam que o Viajante é uma grande nave; outros acreditam que é um ser sensível ou inteligência artificial ou até mesmo uma divindade, mas a natureza verdadeira dele é desconhecida. Ele leva o crédito pela sobrevivência da humanidade durante o Colapso da Era Dourada. Depois de ter sacrificado a si mesmo para salvar a humanidade, ele permaneceu em órbita baixa na Terra. A Cidade foi construída na sua sombra e sob a sua proteção, enquanto os seus habitantes estão protegidos temporariamente da ameaça da Escuridão. Nós, os Fantasmas, fomos criados em seu último suspiro, para buscar e resgatar os guardiões perdidos, como você.
Eu não sabia nem o que comentar sobre isso. O viajante a primeira vista, parecia apenas um mini planeta, pairando sobre a Terra como se fosse um intruso. Mas estava apenas ali, e parecia ter paz, segurança…
O entardecer parecia lindo. As nuvens dividiam o céu azul do pôr do sol, refletindo uma luz vermelha na parte inferior delas. Aproximávamos de uma torre, notavelmente alta, propositalmente inclinada em um design futurista, mesmo que suas partes estivessem corroídas pelo tempo. Sua grande coluna central suspendia no topo a área social principal, enquanto alguns metros abaixo começa o restante do prédio.
Nossa nave nos posicionou em um dos postos do lugar. Haviam grandes bandeiras vermelhas representando um grande compromisso com a causa, seja ela qual for.
— Bem vinda à última cidade segura da Terra, o único lugar que o Viajante ainda consegue proteger. Levou séculos para ser construída. Agora, contamos cada dia que aguenta. — dei uma olhada agora de sua beirada. Mesmo com as possíveis dificuldades, parecia grandiosa. E então ele se voltou para dentro —E essa Torre é onde vivem os Guardiões.
Diversos tipos de Guardiões circulavam pela Torre. Alguns tinham armaduras belíssimas e exóticas, outros pareciam ter acabado de chegar, como eu. Alguns simpáticos robôs ficavam posicionados em lugares estratégicos, para ajudar e auxiliar aqueles que tinham pressa. Escadarias dividiam algumas áreas de assuntos específicos. Vi aqueles que depositavam seus pertences em alguma espécie de cofre, e outros que não poupavam nas compras de novos. E ainda havia aqueles que organizavam grupos para não saírem sozinhos. Devia ser uma missão bem perigosa.
— Venha, vamos conhecer a sua mentora e comprar algumas coisas antes de ir.
— Comprar? Com o quê? — nem prestei atenção sobre a parte da mentora. Acabei de reviver? Que recurso eu teria conseguido entre abrir os olhos após anos morta e confrontos contra Decaídos?
— No momento, Lúmen! Conseguimos alguns durante os abates de alguns Decaídos. Baús perdidos pelo Cosmódromo e outras partes do universo também nos darão recursos valiosos. Com a quantidade certa de fontes de energia e absorção, Lúmen pode transmutar em praticamente qualquer coisa. Isso o faz precioso para as indústrias da Cidade e seus artesãos. Este valor faz do Lúmen uma moeda valiosa de troca, especialmente para aqueles que se aventuram além das muralhas da Cidade.
— Interessante. — essa forma de comércio.
Fantasma deu uma leve olhada para mim.
— Novos Guardiões muitas vezes reclamam que deveriam receber equipamentos de alta qualidade gratuitamente já que eles estão lutando pelo futuro da Cidade. Infelizmente, equipamentos necessitam de recursos para ser fabricados. Guardiões devem trazer Lúmen e outros materiais como girometal ou ferro de relíquia para manter os motores da economia da Cidade girando. Se uma época boa gerar um “bum” de recursos, isso pode ajudar a produzir equipamentos avançados em massa!
— Acho justo essa troca.
Começamos a caminhar, atravessando o centro do pátio até uma escada que descia até um piso coberto. Naves partiam e chegavam na Torre constantemente. Havia uma certa agitação civilizada de cidade grande. Uma sensação em mim me dizia que um dia eu até poderia chamar facilmente aquilo de casa.
Descendo, havia uma espécie de salão, de teto alto, porém escuro, e em um dos cantos estava um guardião, pomposo, nitidamente orgulhoso e otimista. Vestia uma armadura branca com partes alaranjadas, com ombreiras peludas e um colar no pescoço. Seu capacete tinha um estreito visor vertical, dividindo suas duas cores, e pelo visto, tinha perdido um dos seus chifres em batalha. Estava empinado, com os punhos fechados na cintura, como se para intimar alguém.
— Quem é ele? — cochichei.
— Aquele é Lorde Shaxx, um dos heróis da Batalha da Fenda do Crepúsculo, tendo liderado o contra- ataque que empurrou os Decaídos das muralhas da Cidade. Temendo que outro ataque de tal proporção fosse mais do que a cidade podia aguentar, Shaxx escolheu ficar na Cidade para orientar os Guardiões no Crisol. Um dia ele promete retornar à guerra além da Cidade, mas isso só depois de sentir-se confiante na nova geração de guerreiros que o Crisol está forjando.
Ao lado dele erguiam-se bandeiras vermelhas, cujo símbolo era uma águia de duas cabeças, e em cada garra uma espada. Um posto de recrutamento para uma guerra?
— O que é o Crisol?
— O Crisol é uma série de desafios intensos que coloca Guardiões uns contra os outros em combate aberto. Utilizam munição real, tendo os Fantasmas por perto para reviver os mortos. Seja a sós ou com um Esquadrão, Guardiões entram no Crisol para adquirir habilidades vitais de sobrevivência, construir suas reputações e conquistar a proteção de facções da Cidade. Acima de tudo, o Crisol permite que Guardiões treinem contra adversários formidáveis sem o medo da tragédia. Eu particularmente não gosto muito. Talvez seja bom para me acostumar a ver você morrer.
— Não me subestime, moço. —dei uma última encarada para a bandeira. Pode ser que um dia eu prove o meu valor.
— Ei! Você! — essa não. A voz forte de Shaxx ecoou por todo o lugar, como se estivesse prestes a narrar um show. Ele acenou com a cabeça pra mim, não movendo um músculo, e mesmo assim, me senti puxada por um imã. — Bem vinda, Guardiã! A batalha sempre estará presente em sua vida. Está se preparando?
— Errr… —olhei para o Fantasma, pedindo socorro.
— Sim! — obrigada — Sempre, Lorde Shaxx. Encontrei Khiva nos arredores da Antiga Rússia, do outro lado da muralha, perto da Brecha. Acordou há pouco, mas se saiu muito bem em seu primeiro confronto com os Decaídos, uma apresentação e tanto! — preciso de socorro, não de uma carta de recomendação!
— Ah! Muito bom! Precisamos de Guardiões assim para fortalecer o Crisol. Fazer a batalha ficar séria, porque assim é que é lá fora! — Ele socou um estômago invisível de tanta empolgação — Quando quiser testar os seus limites, me procure!
— Certo! —afirmei como um soldado para seu capitão. Fantasma se moveu como se fizesse uma reverência, e seguimos caminho.
O salão escuro abriu-se em uma grande sala. O meio era alguns degraus mais baixo, onde havia uma longa mesa de reunião, acima em volta alguns computadores, e no fim uma sacada fechada com vista para o mundo exterior. Na mesa estavam três guardiões. Pelo o que vi, um de cada classe e raça. Fantasma chegou no pé do meu ouvido para fofocar.
— Esses são os mentores da Vanguarda. Ikora Rey, a arcana humana como você, com manto rosa na ponta direita da mesa; Zavala, o imponente titã desperto com altas ombreiras, na outra ponta; e debruçado ao acaso, no centro esquerdo, Cayde-6, caçador exo.
— Saudações! —Fantasma quebrou o silêncio. Todos os olhos da sala voltaram para nós. Me senti envergonhada instantaneamente.
— Seja muito bem vinda, guardiã. — disse Ikora, com uma voz grave e serena. Sua leve reverência a fez parecer ter total controle de tudo. Mantia as mãos juntas atrás das costas e uma postura ereta. Era negra, de cabeça raspada, sobrancelhas grossas e definidas e olhos caramelo. Tinha um rosto triangular e lábios grossos. Seu manto em tons de rosa e roxo tinha uma gola alta que exaltava certo poder. Sobre mantos, percebi mais tarde que quanto mais longos ou extravagantes, maior sua aquisição de respeito. Fantasma fez sua “breve” apresentação.
— A segunda vida de Ikora tem sido longa e vívida. Como uma iconoclasta nova Guardiã, ela ganhou a reputação no Crisol e nos salões de Arcanos estudiosos de ser uma oponente implacável e sincera, sem paciência para dogma ou etiqueta.
Ikora levantou uma sobrancelha.
— Esta reputação tornou-se um fardo e eu escolhi viajar sozinha, voando através dos mundos do sistema solar inteiro em reconhecimento. Baleada repetidas vezes, eu e meu Fantasma sobrevivemos contra todas as expectativas. — disse ela, com leve tom de orgulho, e pesar. Fantasma continuou.
— Quando Ikora finalmente retornou à Cidade para descansar, seu conhecimento adquirido a duras penas e seu temperamento experiente conquistaram o respeito dos Arcanos. Ela agora serve na Vanguarda como uma mentora e líder, carregando a memória de seus dias errantes como um vínculo com novos Guardiões.
Tem razão, era fácil se identificar com ela.
— Ora, ora, ora! Carne nova no pedaço! —Cayde entrou na conversa
— Relaxa, logo vai odiar o seu Fantasma por ter te acordado. — Ikora o encarou como se fosse matá-lo. Cayde levantou as duas mãos, como um refém. — Brincadeira! Sabe que gosto de brincar com os novatos.
Fantasma se adiantou.
— Cayde é um Caçador ousado com uma nave rápida, uma mira veloz e um olho na lendária Câmara de Cristal. É claro que ele não poderia dizer não a um desafio, nem mesmo o notório Desafio da Vanguarda.
— Agora eu monitoro a galera à distância na posição de Vanguarda de Caçadores da Torre. Faço o meu trabalho com um senso de dever, mas um dia, vou voltar para a luta. — disse Cayde, dando uma piscadela pra mim.
Ele possuía um típico visual descolado. Tinha o rosto azul, com a testa branca, e nela um notável chifre escuro robótico com parte coberta pelo capuz de sua capa, que era rasgada na bainha. Seus olhos eram acesos e fortes luzes azuis e ele tinha um lenço envelhecido amarrado ao pescoço, dando um charme a toda sua armadura em couro. Exceto por suas botas, que eram mais reforçadas.
— Que a luz esteja contigo, Guardiã. — o tom barítono de Zavala atravessou a sala enquanto ele vinha em nossa direção. Fantasma não perdeu tempo.
— Zavala nunca fugiu de decisões difíceis. Sua vida se dobra sob o peso duplo de honra e dever. Cada ato de serviço é mais exaustivo e cada vitória mais custosa, mas ele continua mesmo assim. Nunca teve tempo para nada mais leve do que o ferro. 
— De fato, Fantasma. É preciso estar sempre alerta, devido às circunstâncias. O Viajante nos trouxe de volta por um motivo. Vamos honrá-lo.
— Sim, ele é assim o tempo todo.
Zavala era alto, sua presença passava uma segurança impressionante. Seus olhos, de um azul iluminado, eram de certa forma tristes e carregados de muitas lembranças e decisões difíceis. Independente de ser simpático, eles permaneciam sérios. Sua pele tinha um tom azulado e no rosto havia uma marca mais clara que passava pelos olhos, formando um “V” de cabeça para baixo. Ele também não tinha cabelo, seu maxilar era mais quadrado, lábios sem cor e um furo no queixo. A armadura de Titã o deixava ainda maior; com partes metálicas prateadas nas ombreiras, cotoveleiras e outras áreas vitais, por cima de uma roupa vermelha. Seu voto pela Vanguarda iniciava-se na cintura e descia até abaixo do joelho. Talvez eu não veria algo mais patriótico.
— Venha aqui, Guardiã. — chamou Ikora. — Tenho algo para lhe dar.
Voltei em sua direção e ela me entregou um manto. Comparado ao que eu estava usando, era lindo. Azul, e sem partes faltando.
— Ainda não é o que precisa, mas será o bastante para começar. Logo conseguirá equipamentos que tornarão a sua jornada mais suportável.
— Obrigada. — acenei com a cabeça muito agradecida e o peguei.
— Fale com o Armeiro, ele sempre tem alguma coisa sobrando para Guardiões recém renascidos. — disse ela, com um sorriso quase imperceptível. Me retirei da sala, tentando ser o mais elegante possível. Não tinha como não parecer uma criança diante deles. 
Na Praça da Torre, Fantasma me guiou até o Armeiro.
— Agora vamos conhecer Banshee-44! Falaremos com certa frequência com ele. Poucos comerciantes da Torre servem uma função tão vital. Seu conhecimento de armas é quase uma enciclopédia, mas não pergunte a ele de onde vem. Sua mente e o corpo absorveram muito dano ao longo dos anos. Ele luta contra certos fragmentos de memória; estilhaços de ocasiões antigas que retornam para atormentá-lo.
— Bom que não sou de falar muito.
Subindo alguns degraus para trás, seu espaço estava no canto direito da Praça. Nada atrativo, podendo passar desapercebido para quem não conhece. Uma típica bancada militar. Havia algumas bandeiras estendidas com sua marca, que era um losango com cinco balas desenhadas dentro. Atrás dele tinham várias armas expostas, de vários tipos diferentes, e ao chão, diversos caixotes de munição.
— Olá. — fomos cumprimentados antes mesmo de pararmos a sua frente — Sua jornada também recomeçou, hã?
— Sim. —respondeu Fantasma.
Banshee era um Exo, azul com a testa amarela, e nela umas 6 antenas. Era isso ao invés de um chifre como o de Cayde, e a frente do seu rosto era mais achatada. Tinha uma manta que ia de um ombro a outro, em diagonal, por cima de uma roupa que parecia de um monge futurista.
— Qual o seu estilo de combate, Guardiã?
— Ainda não decidi. Algo preciso, que não peça muita proximidade, talvez.
— Certo. Vamos ver o que temos aqui. — ele recuou para seu mostruário, e após resmungar um pouco com a mão no queixo, trouxe uma arma para a bancada. — Marechal-A. Fuzil automático. 22 balas no carregador, alta cadência, baixo impacto e alcance. Bom para multidões de Decaídos.
— Bom para multidões, mas não para uma tocaia a longa distância. Gastarei 21 tiros antes de acertar um. — dei uma leve risada, e ele também.
Ele o levou e retornou com outro.
— PSI Umbra I. Pulso. Mais alcance e impacto, rajadas mais estáveis. Uma bala a menos no carregador. Talvez não faça falta.
— Interessante. Um meio termo. O que mais tem aí? — não sabia o que eu queria, mas ainda não era aquilo.
Outra troca foi feita. Eu estava com um bom pressentimento.
— Trax Callum I. Batedor, semi-automático. Mais alcance, mais precisão, 13 balas, menos cadência. Que tal?
— Parece perfeito. — eu o peguei nas mãos. Tinha uma empunhadura firme, uma mira confortável. Um tiro por vez, um Decaído, caído.
— Para que não fique dúvidas, tenho um canhão de mão também. — disse Banshee, já com a arma na mão. — Fraca em muitos aspectos, mas o impacto diz por si só.
Era realmente um “canhão de mão”. Pesada, grande. O impacto devia ser mesmo maravilhoso, mas não me passou muita segurança.
— Obrigada, mas vou ficar com o batedor.
— Boa escolha. — disse Fantasma.
— Ótimo. Já tem munição?
— Vou precisar.
Estava começando a me soltar nas conversas. Banshee se afastou novamente e buscou pentes de todo tipo de munição.
— Um pouco de cada não fará mal. Não se sabe o que encontrará lá fora.
Engoli seco e segui o conselho. E assim logo nos retiramos.
—Vamos falar com Amanda para ver a sua nave. —disse Fantasma.
— Que Amanda? — eu devia saber quem era?
— Amanda Holiday, a contramestre. Nascida na estrada, e filha de peregrinos, ela cresceu consertando e coletando partes, reparando os veículos que salvaram a sua família das terras selvagens. Seu talento para engenharia e sua familiaridade com as relíquias da Era Dourada fizeram dela uma líder entre os Contramestres da Torre. Os terrores de sua infância a estimularam. Ela conhece e respeita os perigos que pressionam contra as muralhas, e sua motivação para reconstruir as capacidades aéreas da Cidade vem tanto de seu pragmatismo quanto de seu amor pelo voo. Não se preocupe, sua nave não poderia estar em mãos melhores.
Uma entrada não muito distante da bancada de Banshee nos levou a outro espaço da Torre, o Hangar. Era espaçoso, escuro e semiaberto. Surpresa não ser tão barulhento, até porque grandes naves passavam por ali. Amanda estava tranquilamente sentada em uma grande caixa, talvez de ferramentas. Tudo em volta dela tinha o aspecto de oficina, porém meticulosamente organizado. Ela tinha o cabelo loiro, curto e repicado. Usava um lenço vermelho no pescoço e por cima dele um óculos redondo de aviador. Colete de couro, cinto de partições com ferramentas, e uma tatuagem diferente em cada braço. No esquerdo o ombro começava preto até se desfazer em pequenas linhas até o cotovelo, e no direito, bom, acho que era só sujeira.
— Oi! Tudo bem? Sua nave está pronta. Alguns reparos e ela já está muito melhor do que quando chegou! — eu não sabia de dizer se ela estava empolgada, se falava alto por costume, ou se era por causa de muitas turbinas próximas durante anos.
— Que ótimo, Amanda! Muito obrigado. Vamos retornar à Divisa para conseguir um upgrade.
— Boa sorte!
— Obrigada! — tentei responder na mesma proporção. Parecia ser uma boa pessoa.
Voltando à Praça, dei uma parada e olhei ao redor. Uma ansiedade parecia percorrer meu corpo.
— Khiva, está tudo bem?
— Está tudo acontecendo tão rápido. Num minuto eu estava morta, e agora entrei em uma jornada épica para combater monstros de todos os tipo para proteger… o universo?
— Sim. Tem razão, é muito para processar de repente, mas você não está sozinha. Tem a mim, seus mentores e toda uma legião de guardiões com o mesmo propósito. Não vai demorar para fazer amizades. 
— Se está dizendo. — apesar de muita coisa estar acontecendo, eu não vou ser fraca. Nada como respirar fundo e continuar em frente, e é exatamente isso o que iria fazer. Olhando do alto da Torre para a Cidade, abaixo de nós, me senti leve, forte, e no dever de fazer algo.
Tirei meu capacete, olhei pra ele, e em seu visor eu me vi pela primeira vez em sabe-se lá quanto tempo. E ali estava uma mulher de uns 26 anos, com cabelos vermelhos ondulados e desgrenhados até abaixo dos ombros, com olhos verdes e algumas sardas espalhadas pelo rosto, com uma boca um pouco mais rosada do que o normal. Talvez fosse o contraste na pele desbotada. Me encarei durante alguns minutos pensando no que viria seguir e se eu estava pronta, e minha resposta foi… com certeza.

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